ilusões


Todos nós, a certa altura da nossa vida, fomos construindo castelos na areia.

Neles depositámos sonhos, ideais.

Em cada ameia um desejo

A cada grão de areia uma certeza.

Mas os castelos de areia são apenas isso.

Castelos feitos de areia.

Perecíveis.

Como os nossos sonhos,

As nossas certezas,

A nossa vida.

Com o passar do tempo inevitavelmente desmoronam-se

E a certa altura, a magia da construção não faz mais sentido

Torna-se híbrida

E o croqui do castelo

Apaga-se da nossa memória

Apenas porque nela já não existem castelos de areia.

***
[escrito em outubro de 2000]