estrelas

 


Hoje teria sido o dia certo para me ter despedido de ti.

Olhei-te nesses olhos imensos, meigos, doces e não consegui pronunciar uma única palavra como que se alguém me prendesse os movimentos e me toldasse as ideias.

Nem uma palavra saiu. E olhava-te nesses olhos imensos.

E tanto que eu tinha para te dizer meu amor. Tanto.

Ter-te-ia dito que trocava a minha realidade por um sonho se nesse tu estivesses mas que nem essa possibilidade me é proposta.

Escolhas vedadas. Todas. E eu insisti até hoje apenas porque te amo mais que tudo.

Cheguei ao limite do racionalmente tolerável e hoje ter-te-ia dito que és o amor da minha vida, que não sei viver sem ti e por isso me vou embora.

Tornou-se insuportável o vazio de um coração a transbordar de amor.

Perdoa-me.

Mas também sabes que eu não gosto de despedidas, logo esta minha cobardia é justificável por este meu jeito de ser.

sabores

 
Algures no tempo surge em nós a necessidade de aprender a cozinhar.

Misturar ingredientes. Descobrir simbioses entre paladares.

Embarcar na aventura dos sabores.

Sabemos de antemão que os nossos primeiros feitos serão uma desgraça anunciada.

Sal a mais.

Pimenta a menos.

Liquefeito.

Estorricados.

Mas seguimos em frente.

Aprimoramos a técnica e gradualmente

Quase que instintivamente acertamos na dosagem perfeita.

O mesmo se passa com as relações humanas.

Surge uma altura em que há necessidade de as condimentar.

Imprescindivel a dose certa.

Amor qb