feliz ano novo

Hoje acordei com um céu azul e um sol tímido mas corajoso.
Último dia de 2022.
Que ano.
Tanta coisa má aconteceu na minha vida.
Tanta coisa que gostava que ficasse neste ano velho.
Mas a vida não é assim.
Precisamos de seguir.
Também conheci pessoas maravilhosas
Essas sim faço questão de levar para o ano novo.
Sei que ocupo muito espaço
Que sou muitas vezes incomoda ou ruidosa, não têm que gostar da minha maneira de ser.
Se respeitarem, já é perfeito
Assim como eu vos aceito.
Somos seres únicos.
Carregados de defeitos e virtudes.
O que nos define verdadeiramente, é as escolhas que fazemos.
As redes sociais para mim são apenas um escape.
Tenho a loucura de escrever por vezes o que sinto, mas a vida é bem mais dura do que por aqui.
Esperança é a palavra que levo para o ano novo.
Esperança de dias melhores.
A gente encontra se por ai.
Nas encruzilhadas da vida.
Até já
Feliz Ano Novo.

uma pessoa simples

Li algures por aqui, que talvez se encontre o real sentido da vida, quando nos vamos deitar sem esperar mensagens de ninguém.

Quando conseguimos rir de nós próprios

E acima de tudo o resto, quando ajudamos o outro sem esperar nada em troca.

Sim, esse é mesmo o caminho certo

Pelo menos, quando alguém me pergunta se sou crente, se tenho uma religião, costumo dizer que acredito nos outros e acredito sobretudo em mim

Costumo pensar que agimos com os outros como um espelho

Não me peçam para compactuar com aquilo que não defendo

Sou uma pessoa simples

Que fica feliz com aquelas coisas que são de graça

Um abraço

Uma palavra de conforto

Um prato de sopa se tiver fome

Um afecto se tiver frio

Não é assim tão difícil, pois não?

Tenham um resto de dia bom

quem somos


A personagem "Grinch" encaixaria na perfeição aqui na vossa amiga.

Poderia ter crescido com um sentimento de mágoa em relação a quem nunca me entendeu

A quem gozava comigo

E o meu coração, poder-se-ia ter tornado tão pequeno e mesquinho que só haveria sentimentos de vingança em mim.

Mas vá lá.

O "Grinch" é uma personagem

Todos sabemos que a realidade supera em demasia a fição e se houvesse bilhetes de cinema para o nosso dia a dia, estariam sempre lotados

O difícil da vida não é sermos personagens.

Cópias de alguém

Sem personalidade e com medo do rídiculo

O difícil da vida, é mostrar aos outros como somos.

Sem medo de sermos magoados.

Comecei tão cedo a ser magoada que só tinha duas hipóteses:

Tentar diluir ou distinguir

Com a idade que tenho, o que pensam de mim, já vale o que vale.

Nunca tive grupos.

Quando era muito pequenina, olhava ao espelho e pensava:

"Quem és tu Cristina Isabel? Porque és assim? E como vais sobreviver nesta selva?"

Acreditem que aprendi

A vida foi bem dura nesse aspecto.

E hoje, posso dizer-vos que ainda não tenho uma resposta.

Mas garanto-vos que a Cristina Isabel tem o coração no sítio certo.

Não posso mudar a maldade dos outros, nem evitar que me magoem.

Mas posso não responder da mesma moeda

Esse, meus amigos, é o maior desafio das nossas vidas

Escolher e aceitar quem somos

E não ceder à tentação de sermos outros, porque a maioria o quer.

Um beijinho

E resto de dia feliz

espera(nça)


"corremos o risco de chorar um bocadinho quando nos deixamos cativar"

A vossa amiga nunca teve medo deste tipo de risco.

Criar laços talvez seja algo que me define.

E o que eu já chorei por ti, diriam os Xutos.

Que esta quadra traga mesmo ao coração dos meus amigos menos crentes, nisto dos laços e do que é realmente essencial, lhes traga esperança.

Digo vos eu.

Que tenho todos os motivos do mundo para ser descrente

E continuo aqui

À espera que me voltem a partir o coração


ainda cá ando


Quando na véspera da véspera de natal decides ir a uma festa numa discoteca, onde o mote é:

"Malta de 40 anos para cima, a ver qual está mais acabado e se aguenta até ao fim sem uma luxação, uma perna fraturada, ou a placa intacta após a 4 rodada de vodka" pensas:

Bem aquelas tuas botas prateadas até te fazem sentir mais nova

Olha o DJ até nem é mau e passa música que tu até conheces

Que giro, a malta até não parece saida da creche.

É velha como tu e é bom.

E ainda consegues dar os gritinhos da Jett e o seu "I love rock and roll"....

Vens para casa na mesma deprimida, mas dizes:

Ainda cá ando, cum caraças.

E enquanto por cá andar, a malta vai continuar.


interioridades


O Interioridades da edição desta semana da Gazeta do Interior contempla a ilustre covilhanense Cristina Vaz.

[Facebook, António Fontinhas]
Aqui fica a transcrição na íntegra:

«Nasci e resido na Covilhã. Formei-me em Gestão de Empresas no Instituto Politécnico da Guarda. Na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, sendo há 22 anos contabilista certificada. Mas é a escrevinhar que faço a minha catarse do stress profissional. As redes sociais são uma gaveta aberta para o mundo onde partilho pensamentos, em modo de “Blocos de notas”. Aparentando-se muito com um diário no qual deixo à deriva os meus estados de alma, que convido desde já os leitores a dar uma espreitadela (sorriso largo).

Espero de algum modo inspirar alguém ou que haja uma identificação do lado de quem me lê. Se assim for, já valeu a pena. “A memória é uma espécie de Bobina” alguém escreveu e se um dia me esquecer de quem fui, estes blocos de notas são fragmentos meus.

Além dos Blocos de Notas, desenvolvo, já há alguns anos, um blog, CV entrelinhas (http://cv-entrelinhas.blogspot.com), que publico mais pontualmente, gostando de desenvolver temáticas um pouco mais pessoais, digamos que sentimentais (riso).

Aqui deixo ficar, a título de exemplo, um dos meus textos publicados recentemente em torno da quadra natalícia que se avizinha a grandes passos:

In bloco de notas

«Conhecermos alguém a meio da sua vida é quase como começarmos a assistir a uma série na segunda temporada. Se gostarmos muito da pessoa, continuamos a seguir a série na esperança que haja muita criatividade para que temporadas se sucedam até ao fim de ambas as vidas. E se gostarmos mesmo muito, muito da pessoa, tentamos ver as séries anteriores. Porque nos ajudam a entender quem está à nossa frente.

Isto para vos dizer, que das pessoas de quem eu gosto muito, acho importante levá-las à casa da minha avó. Porque é lá que está o sótão que fica perto das estrelas. O quintal onde brincava com o meu irmão. As hortenses da Dona Hermânia. O cheiro da cozinha dos pastéis de molho. Nos dias de Natal, a casa ficava cheia. E eu gostava de sair para a rua sozinha na véspera. Percorrer o bairro deserto. Era tão feliz porque voltava. Porque sabia que ali, alguém me esperava».

Desejo, do fundo do coração, um Feliz Natal a todos os leitores da Gazeta do Interior.»

feliz natal


Desde que o meu pai morreu, que me recusava a celebrar o natal.
Acho que me zanguei com Deus (zanguei-me com alguém seguramente, talvez com o universo) e recusava-me a celebrar o estar em familia.
Este ano, mudei muita coisa em mim.
A Cristina Vaz na verdade, mudou muito depois daquele mês onde assisti lentamente à morte do meu pai.
Este ano, pela primeira vez em muito tempo, quero celebrar o natal, aquela quadra em que esquecemos por uns dias as dores, os problemas, somos mais solidários e acima de tudo, mais humanos uns com os outros.
Não quero terminar o ano de costas voltadas, com pessoas de quem gostei tanto, e que por algum motivo, deixaram de estar presentes na minha vida, como eu gostaria.
Fiz uma árvore cheia de estrelas, e cada estrela é uma pessoa que já não está comigo.
Achei bonito.
Achei importante
Foi a forma que encontrei de pela primeira vez, me dar uma oportunidade a mim própria, de construir a minha "familia"
Tem sido um mês de afectos
De descobertas
E de emoções
Obrigada a todos os que me têm surpreendido, com gestos de amizade
Obrigada de coração.
Feliz Natal
❤

seguir


é isto que eu tento todos os dias da minha vida.Sempre assim fui
Tantas vezes incompreendida
Sempre o fui, no fundo
Distinguir.
Nunca diluir
O dificil da vida, não é ser igual a todos os outros
Não é responder da mesma moeda
O difícil: é ter vontade de mandar alguém a um sítio com F, e usar o humor, a ironia.....
Não gritar de volta
E a última etapa:
Perdoar
E seguir
Nem sabem como tem sido assim

saúde mental


Parei agora um pouco o meu trabalho.
Estava aqui a pensar em quantos de vocês têm realmente noção do que é ser contabilista.
De como olham uns para os outros como rivais e não como colegas.
Muito menos, como amigos.
Somos aquela espécie de bombeiro, que tem a obrigação de saber tudo.
Que se faz as coisas bem, não faz mais do que a sua obrigação.
Se faz as coisas mal, é uma besta e vamos lá todos falar mal dele.

escolher como ser


Têm sido dias tão intensos meus queridos.
Parece um lugar comum dizer que a vida é um sopro e que se perde tanto do pouco tempo que por cá andamos, a fazer mal uns aos outros.
Invejas, ódios.
E quando nos tiram a paz, quando nos sentimos desesperados, só queremos antecipar a morte.
Não conseguimos ver soluções
Esperança
Há dias em que preferimos sonhar e desejar acordar noutra realidade.
Mas só há uma solução

alta definição


Bom dia meus queridos
Vocês sabem aquele programa do Daniel Oliveira?
"Alta definição?"
Em que entrevista pessoas e parece que lhes desnuda a alma?
Em que há muita choradeira e lamechice e no final pergunta:
"Pediste desculpa a todas as pessoas que querias pedir"
E
Para rematar:
"E o que dizem os teus olhos?"
Bem eu não sei se pedi desculpa a todas as pessoas a quem possa ter magoado

retalhos de estrelas

Hoje acordei com um texto do Fulano de Thal, que me fez recuar ao tempo da minha meninice.
Quando era pequenina vivia com a Dona Hermânia.
Uma senhora que fazia os melhores pastéis de molho da Covilhã e universo.
Dormíamos juntas num sótão com uma entrada direta para as estrelas através de uma claraboia.
Quando ia dormir pedia sempre para me contar uma história (estória).
Um conto.
E de tão cansada que estaria a minha avó dizia sempre: "mas queres que te o diga ou que te o conte?"
Desconfio que aquela lengalenga, não passaria de mera retórica, que permitia dilatar no tempo a minha expectativa para saber onde o coelho branco da estória anterior teria perdido o relógio.
E aquelas reticências e aquele prolongar no tempo uma noite dando continuidade a outras, era como quem remenda retalhos de estrelas.
Fazia tanto sentido.
🙂 Saudades de alguém me dizer isso

reflex(ã)o


Quando olham para os menino(a)s que foram um dia, conseguem ainda reconhecer que está ai, no reflexo do espelho?
E na alma?
Engraçado como mantenho em mim, memórias de tempos que parecem tão perto, e são tão longínquos.
Como que se o fim da minha vida e o inicio comecem a convergir.
A tocarem-se na essência de quem sou.
E a cada ruga, a cada cabelo branco, começo a sentir uma enorme ternura pela mulher que me fui tornando.
Se mudaria alguma coisa no meu percurso?

vivamos


Já aqui não vinha há um ano (faço sempre estas piadas parvas, eu sei)
É giro isto de o calendário ditar que no dia 1 de cada ano, a nossa vida "recomeça"
Sentimos mesmo que é agora que vamos fazer uma série de coisas.
Que o mau ficou no ano velho, e que agora existem outros 365 dias para mudar em nós o que podemos.
Ou o que devemos mudar, numa nova oportunidade de sermos felizes.
É giro acreditar que será assim, só e apenas porque o calendário o dita.
Aqui para nós, podemos "recomeçar" sempre, a qualquer dia do ano.
Assim o queiramos mesmo.
Sem desculpas.
Sem medo.
Sabem uma coisa: