feliz ano novo
uma pessoa simples
Li algures por aqui,
que talvez se encontre o real sentido da vida, quando nos vamos deitar sem
esperar mensagens de ninguém.
Quando conseguimos rir
de nós próprios
E acima de tudo o
resto, quando ajudamos o outro sem esperar nada em troca.
Sim, esse é mesmo o
caminho certo
Pelo menos, quando
alguém me pergunta se sou crente, se tenho uma religião, costumo dizer que
acredito nos outros e acredito sobretudo em mim
Costumo pensar que
agimos com os outros como um espelho
Não me peçam para
compactuar com aquilo que não defendo
Sou uma pessoa simples
Que fica feliz com
aquelas coisas que são de graça
Um abraço
Uma palavra de
conforto
Um prato de sopa se
tiver fome
Um afecto se tiver
frio
Não é assim tão
difícil, pois não?
Tenham um resto de dia bom
quem somos
A personagem "Grinch" encaixaria na perfeição aqui na vossa amiga.
Poderia ter crescido com um sentimento de mágoa em relação a quem nunca me
entendeu
A quem gozava comigo
E o meu coração, poder-se-ia ter tornado tão pequeno e mesquinho que só
haveria sentimentos de vingança em mim.
Mas vá lá.
O "Grinch" é uma personagem
Todos sabemos que a realidade supera em demasia a fição e se houvesse
bilhetes de cinema para o nosso dia a dia, estariam sempre lotados
O difícil da vida não é sermos personagens.
Cópias de alguém
Sem personalidade e com medo do rídiculo
O difícil da vida, é mostrar aos outros como somos.
Sem medo de sermos magoados.
Comecei tão cedo a ser magoada que só tinha duas hipóteses:
Tentar diluir ou distinguir
Com a idade que tenho, o que pensam de mim, já vale o que vale.
Nunca tive grupos.
Quando era muito pequenina, olhava ao espelho e pensava:
"Quem és tu Cristina Isabel? Porque és assim? E como vais sobreviver
nesta selva?"
Acreditem que aprendi
A vida foi bem dura nesse aspecto.
E hoje, posso dizer-vos que ainda não tenho uma resposta.
Mas garanto-vos que a Cristina Isabel tem o coração no sítio certo.
Não posso mudar a maldade dos outros, nem evitar que me magoem.
Mas posso não responder da mesma moeda
Esse, meus amigos, é o maior desafio das nossas vidas
Escolher e aceitar quem somos
E não ceder à tentação de sermos outros, porque a maioria o quer.
Um beijinho
E resto de dia feliz
espera(nça)
"corremos o risco de chorar um bocadinho quando nos deixamos
cativar"
A vossa amiga nunca teve medo deste tipo de risco.
Criar laços talvez seja algo que me define.
E o que eu já chorei por ti, diriam os Xutos.
Que esta quadra traga mesmo ao coração dos meus amigos menos crentes, nisto
dos laços e do que é realmente essencial, lhes traga esperança.
Digo vos eu.
Que tenho todos os motivos do mundo para ser descrente
E continuo aqui
À espera que me voltem a partir o coração
ainda cá ando
Quando na véspera da véspera de natal decides ir a uma festa numa
discoteca, onde o mote é:
"Malta de 40 anos para cima, a ver qual está mais acabado e se aguenta
até ao fim sem uma luxação, uma perna fraturada, ou a placa intacta após a 4
rodada de vodka" pensas:
Bem aquelas tuas botas prateadas até te fazem sentir mais nova
Olha o DJ até nem é mau e passa música que tu até conheces
Que giro, a malta até não parece saida da creche.
É velha como tu e é bom.
E ainda consegues dar os gritinhos da Jett e o seu "I love rock and
roll"....
Vens para casa na mesma deprimida, mas dizes:
Ainda cá ando, cum caraças.
E enquanto por cá andar, a malta vai continuar.
interioridades
O Interioridades da edição desta semana da Gazeta do Interior contempla a
ilustre covilhanense Cristina Vaz.
[Facebook, António Fontinhas]
Aqui fica a transcrição na íntegra:
«Nasci e resido na Covilhã. Formei-me em Gestão de Empresas no Instituto
Politécnico da Guarda. Na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, sendo há 22
anos contabilista certificada. Mas é a escrevinhar que faço a minha catarse do
stress profissional. As redes sociais são uma gaveta aberta para o mundo onde
partilho pensamentos, em modo de “Blocos de notas”. Aparentando-se muito com um
diário no qual deixo à deriva os meus estados de alma, que convido desde já os
leitores a dar uma espreitadela (sorriso largo).
Espero de algum modo inspirar alguém ou que haja uma identificação do lado
de quem me lê. Se assim for, já valeu a pena. “A memória é uma espécie de
Bobina” alguém escreveu e se um dia me esquecer de quem fui, estes blocos de
notas são fragmentos meus.
Além dos Blocos de Notas, desenvolvo, já há alguns anos, um blog, CV
entrelinhas (http://cv-entrelinhas.blogspot.com), que publico mais pontualmente,
gostando de desenvolver temáticas um pouco mais pessoais, digamos que sentimentais
(riso).
Aqui deixo ficar, a título de exemplo, um dos meus textos publicados
recentemente em torno da quadra natalícia que se avizinha a grandes passos:
In bloco de notas
«Conhecermos alguém a meio da sua vida é quase como começarmos a assistir a
uma série na segunda temporada. Se gostarmos muito da pessoa, continuamos a
seguir a série na esperança que haja muita criatividade para que temporadas se
sucedam até ao fim de ambas as vidas. E se gostarmos mesmo muito, muito da
pessoa, tentamos ver as séries anteriores. Porque nos ajudam a entender quem
está à nossa frente.
Isto para vos dizer, que das pessoas de quem eu gosto muito, acho
importante levá-las à casa da minha avó. Porque é lá que está o sótão que fica
perto das estrelas. O quintal onde brincava com o meu irmão. As hortenses da
Dona Hermânia. O cheiro da cozinha dos pastéis de molho. Nos dias de Natal, a
casa ficava cheia. E eu gostava de sair para a rua sozinha na véspera.
Percorrer o bairro deserto. Era tão feliz porque voltava. Porque sabia que ali,
alguém me esperava».
Desejo, do fundo do coração, um Feliz Natal a todos os leitores da Gazeta do Interior.»
feliz natal
seguir
Sempre o fui, no fundo
Distinguir.
Nunca diluir
O dificil da vida, não é ser igual a todos os outros
Não é responder da mesma moeda
O difícil: é ter vontade de mandar alguém a um sítio com F, e usar o humor, a ironia.....
Não gritar de volta
E a última etapa:
Perdoar
E seguir
Nem sabem como tem sido assim