Esta manhã, quando existe em nós aquele despertar, em que apanhamos ainda o
nosso sonho, e queremos ficar lá para saber como termina, mas a realidade nos
impele para sair, sonhei novamente com o meu pai.
Estava novamente lá.
No dia em que me despedia abruptamente dele
Como se ainda estivesse lá.
Como se ainda tivesse oportunidade de lhe pedir que não fosse embora.
E como ele queria ficar cá.
Para ser sincera convosco, actualmente, as lágrimas quando penso em todo o
processo, ainda saem desenfreadas
Ainda não aceitei.
Ainda é tão doloroso
É tão real,
Se foi um privilégio aquele último mês, foi igualmente traumatizante.
Dor.
Muita dor,
Que ainda não sei colocar em palavras.
Na verdade, hoje não tive um sonho.
Desejei que fosse apenas um pesadelo,
Por isso me agarro eu tanto à vida
Por isso agradeço eu tanto cada dia
Hoje sou uma pessoa diferente
Há uma parte de mim que partiu com o meu pai.
E isso ninguém me traz de volta
Agarro-me aos sonhos
Ainda aqui estou