vida

 

De quando em vez questiono a minha maneira atípica de ser. A verdade, é que por vezes tento mudar extremos, mas não consigo. Tenho sede de viver como se a vida se esgotasse a cada dia. Não sei porque sou assim inquieta mas se viemos ao mundo, Talvez fosse com o intuito de que valesse a pena a nossa presença nele. Com a condição Sine qua non de nos obrigarmos a ser (barra fazer) felizes, e quem connosco habita neste mundo por vezes tão hostil. Talvez por isso me obrigue de forma consciente a exercitar a mente No sentido de não parar de me instigar e de me provocar estímulos Em todas as camadas do meu ser. Não sei. Sou um gigantesco ponto de interrogação ainda em ecstasy com isto da vida. Sei que é bom colocar um sorriso nos lábios do outro. E sentir que só um leve rasgo desse sorriso a nós pertence. Não sou crente, no obstante quando penso no dia da minha morte Gosto de imaginar um majestoso altar celeste coberto subtilmente por um inocente céu azul. Que nos aguarda e nos recebe. Céu esse que, de noite se cobre de estrelas e com sorte algumas parece que caem. Diz a lenda que quando isso acontece devemos pedir um desejo. Desde que me lembro de me lembrar de pensar e de fazer estas coisas Estas coisas de falar com as estrelas O desejo é o mesmo. Devemos ser felizes. O mais é mesmo menos.

Isto de viver é uma curta-metragem....que o argumento seja bom.

 

chegou a primavera

 

Dizem que quando morre uma andorinha, não acaba a primavera.... Mas então porque me sinto neste estado de alma sem ti? Tu partiste e a primavera partiu contigo da minha vida. Já nada é florido como outrora nem tem perfume. Não o nosso. O perfume dos nossos corpos entrelaçados. O perfume do nosso amor. Todos os anos agora, aguardo que a nossa roseira desabroche. Renasça. E ao faze-lo te traga de volta para mim. Mas tu já não vens meu amor. Alguém te arrancou de mim e contigo levou a minha alma. E eu insisto e espero a cada nova primavera que renasças na nossa roseira em flor. Eras a minha rosa azul. Preciosa. E como eu cuidava de ti. Nem me apercebia que existiam mais flores no meu jardim. Dediquei-te o meu tempo. Mais que isso, dediquei-me a ti. Mas alguém insistiu em te arrancar e matou-nos aos dois. Ao nosso amor. Chegou a primavera. Mas tu não estás aqui.

procura-me

 

Não me procures por entre a gente que passa.

Não me irás encontrar por lá.

Se realmente me quiseres encontrar

Procura por entre a brisa que brinca com o teu rosto

Procura por entre os raios de Sol que te trespassam o corpo

Te aquecem

Procura em cada cicatriz minha

De pele

De alma

Procura em cada sorriso que trocámos

Procura na nossa cumplicidade

Sem palavras

Num aroma que te lembre de mim

Numa música que passe

Procura-me num fim de tarde