Escrevi milhentas
vezes “meu amor”, e nessas milhentas vezes, permiti que perfilhasses o amor
meu, como algo que te pertencesse em exclusivo.
Soa estranho, aqui e
agora, nesta milhenta e uma vez, escrever “meu amor” e apenas soar um eco de
vazio, como quem procura no nevoeiro um raio de sol.
A chuva trouxe de
volta o cheiro de memórias, que tinha deixado a secar na varanda dos meus
pensamentos.
Voltou a traze-las,
com um cheiro de mágoa e dor, que tal como a chuva que abre a terra seca e a
penetra, assim ele é intenso dentro de mim ainda.
Tentei eternizar os
momentos bons.
Aqueles em que ano
após ano, dizias que estarias sempre para mim.
Que tinha que ser
forte.
Que era o teu fim da
linha.
Fui forte.