Focando a retina naqueles com quem diariamente me cruzo
Que consigo eu ver?
Vejo seres humanos,
Alguns deles de vestes luxuosas, exibindo bens materiais, títulos
académicos. Pessoas gradas.
Outros simples, sem grandes aparatos visuais, circunscritos ao que a vida
lhes ensinou.
Despindo a vista do supérfluo e do acessório
Consigo ver para mais além... Atónita constato que no fundo,
Todos nós somos esqueletos vaidosos,
E em alguma altura da vida nos comparamos a outros "esqueletos"
Esquecendo que temos como handicap
A nossa condição humana A mortalidade
Que no seu páramo nos Reduz o corpo a pó
E nos liberta a alma.
Valerá por isso a pena
O nosso olhar de superior Ou de inferior
Em relação ao nosso próximo?
Não seria mais justo Olharmos todos na mesma direcção?