fairytales

 

Faz agora dois meses, para completar um ano, desde que morreste em mim.

Peixoto teria escrito “morreste-me”.

Essa seria a existir a perfeição da expressão exacta, neste abstracto em que vivo.

Amálgama de fragmentos de tanta coisa que ficou por dizer. Para te contar. Como se o quisesses saber. Como se importante fosse.

Mas....morreste-me....os motivos são só teus.

A fase de os esmiuçar e quiçá entender , desvaneceu e perdeu a intensidade, há medida que a mágoa foi fortalecendo.

Há medida real do tempo que medeia entre a tempestade e o que resta de paz quando o Sol espreita e conseguimos, finalmente olhar para o horizonte e perceber os estragos que ela deixou.

A paz... que um dia irei encontrar.

Que almejo.

Mas o tempo ensina que depende de nós.

Sempre assim foi meu amor. Não há D. Quixote.

tu eu e o céu

 
Dei por mim a olhar o céu azul.

Minuciosamente

Instintivamente

Como sedenta dele. Do seu azul.

Da sua paz.

Olhei-o e parei o meu olhar naquela nuvem.

Destacava-se das outras

A imaginação corria.

Percebi

Eras tu

Era o teu sorriso.

Nítido e claro.

Cristalino e doce.

E o céu deixou de ser azul.

Ganhou outras tonalidades.