autoestima

 Aprendam, a depender menos das palavras dos outros, e mais nas vossas próprias capacidades e dons e talentos.
Na vossa força. Na vossa consciência.
Desde muito nova que percebi que as palavras dos outros são apenas isso.
Tantas vezes ardilosas.
Tantas vezes acutilantes.
Tantas vezes nos podem ferir, se formos imaturos ou com défice de autoestima.
Dir-vos-ei com propriedade que já teria caido numa profunda depressão se desse a importância desmedida a opiniões alheias.
Haverá sempre quem nos deteste
Quem nos inveje
Quem nos critique.
Sempre.
Enquanto tivermos a ousadia de pensar por nós.
Enquanto não formos um livro em branco sem discernimento ou vontade própria.
Eu poderia bem ser uma eterna melancólica.
Ou, ao invés, uma bela de uma presunçosa com certos bajulamentos.
Não vale a pena.
A vida é tão curta, para ser pequena em mesquinhez.
Está tudo bem
Se agirmos bem.
O resto?
É resto.
Tenham a ousadia de serem livres de pensamento.
Porque quem gostar de vós, irá sempre respeitar-vos.
Ser vosso amigo.

serenata

Existem pessoas que desde o primeiro segundo intuimos que são "das nossas"
Que vivem naquele mundo, onde as reconhecemos de outras vidas.
Que sabemos de antemão que são almas boas e puras
Pessoas sem idade, porque não é um número que as define.
Serão eternamente jovens, com a idade do encantamento pela vida.
Fascinadas pelos mistérios do dia-a-dia e quase que infantis com a pureza das suas ações.
Criativos e bem dispostos, são seguramente aquelas pessoas que não queremos perder nunca.
Sempre tive um desejo, daqueles de mulher, de alguém me cantar uma serenata.
Bem, ontem senti uma espécie de.
E fez-me muito feliz.
E estes momentos não se pagam, não se explicam.
Talvez se possam retribuir.
E aqui esta a minha retribuição.
à minha maneira.
Já te perdoei o não me teres vindo visitar
Já tinha perdoado
És lindo
De coração te o digo
Bem-haja, por seres meu amigo José Silva Pires

o teu melhor amigo

o que seria um tipo "perfeito" para mim?
Hummmm.....who cares?
No entanto eu digo na mesma:
um tipo perfeito é aquele que após um dia de cáca, nos pega pela mão e nos faz rir.
Nos faz esquecer o mundo lá fora.
Nos diz que mesmo com o mundo a desabar está ali. E dali não sai.
Porque somos importantes.
É aquele tipo dos contos de fadas, que parece que nos defende dos dragões e dos vilões....(se bem que eu dou bem cabo deles, mas não importa, ele diz que me defende e eu gosto que o diga)
É, como o a minha avó me ensinou, aquele tipo que quando o tesão acabar, quando não restar muito, será sempre o teu melhor amigo.

amor

Não sei se estou a enlouquecer (o que é uma boa probabilidade) mas sinto o meu coração a transbordar de amor.
Amor pela vida.
Pelos meus amigos.
Pelo privilégio de aqui estar.
Sinto-me a envelhecer com uma lucidez que não assusta a chegada de um fim
É o contrário
Cada dia, valorizo mais o que realmente é importante.
As pequenas coisas do nosso dia-a-dia
As boas ações que têm comigo
E tenho aqui tanto sentimento bom no coração que tive vontade de expressar isto em palavras, para que de alguma forma chegue a cada um que me lê.
Tenho um arquiamigo que me diz com regularidade que estou destinada a ser feliz.
E eu sou, no meu mundo.
Acreditem.
Nele, entram poucos.
Alguns porque o acham um mundo tonto, como eu.
Mas não me importa.
Os que estão, chegam-me.
Se a fé move montanhas, o amor salva-nos de uma vida em branco.
Queria deixar uma palavra a quem tem medo da solidão.
Aprendam a gostar da vossa companhia.
E quando o fizerem, irão perceber que nunca estiveram sozinhos na verdade.
Nascemos e morremos assim.
E no mundo de cada um, vamos deixando que habitem nele alguns.
Algumas pessoas são inquilinos temporários
Outros apenas pernoitam
E outros sabem, que vieram para ficar.
Mesmo quando fisicamente já não estão.
Depois há aqueles que permitem que todos entrem e saiam , dando uma ilusão de aparente companhia.
E está tudo bem também.
o mundo de cada um de nós, é só nosso.
Ninguém tem nada com isso.
Bom bom, é passar pela vida, tentando não magoar os outros.
A maldade gratuita é algo que nunca irei entender.
Vá lá.....só temos uma viagem.....e a minha está quase no fim.
Bora lá

a minha heroina

"Para tudo na vida, há uma solução"
Só não há, quando decidimos morrer em vida.
Ontem alguém me dizia, que não se imaginaria a calçar os meus sapatos por mais de 24 horas
Que devo sofrer, como quem calça um número que o aperta muito, e a cada passo que dou, a dor está lá.
Pronto, os meus amigos ainda me comovem.
Mas a amizade é uma amálgama de sentimentos que se fundem
Não vos sei explicar
As pessoas nunca se habituam às dores.
Não obstante, chegamos a um ponto que quase que fazem parte.
E mesmo doendo, arranjamos subterfúgios mentais para que sejam humanamente suportáveis.
Gostava de vos dizer que um dia deixo de atender telefones à hora de almoço.
Deixo de ser a bombeira de serviço para todos e espero que seja alguém a salvar-me a mim
Mas para ser sincera, eu sou a minha heroina.
Deixei de escrever cartas de amor
Mas nunca deixarei de ser eu.
Não sei se isto é falta de humildade, mas hoje, aqui e agora, tenho orgulho na mulher que sou
Mesmo que doa

shoes

Já devo ter partilhado convosco o meu gosto pelos spots publicitários.
Adoro.
Uns odeio, na verdade.
Como se paga a alguém para promover um produto, cativando n mercados alvos, com anúncios que são apenas de mau gosto (como as minhas calças amarelas....mas a mim ninguém me paga para as usar)
Mas bem, já estou a divagar.
Atualmente tenho um spot que me faz sempre sorrir....
Aquele em que pai e filho trocam de sapatos, literalmente.
"Walking in my shoes "....
Depois faço o exercicio com o minha filha quase adulta, que me enche de cabelos brancos e penso:
Venha o diabo e escolha...entre os sapatos dela e os meus....não sei qual é o papel mais dificil, mas confesso que adorava que a minha miscara fizesse esse exercicio
Aquele em que ser maior de idade é muito maior que poder dormir fora de casa
E sinceramente, acho que vai ser muito duro quando ela perceber que isto de ser adulto, não é apenas sexo, droga e rock and roll
Alguém tem de pagar as contas.

hugo

Hoje à hora de almoço presenciei uma cena tão bonita que senti necessidade de a partilhar convosco.
Saia do jardim das Artes uma multidão de gentes.
Pessoas mais idosas, desportistas, jovens....
Tanta vida.
Tanta história junta, meus amigos.
Estavam felizes.
Ouvia música e risos.
À frente deste "pelotão" de corações ia um homem pequenino de estatura.
Com um tambor?
Não sei se era um tambor...ou um bombo....
Sei que aquele homem de estatura pequena aos meus olhos agigantou....
E agigantou porque sorria com o olhar.
Porque Levava aquele "pelotão" de gerações com aquilo que o faz tão feliz: música.
Como quem era o inicio de um movimento de felicidade momentânea.
Como o conheço sei o que ele faz com os meninos especias, sei o que ele faz quando lança jovens tão talentosos a quem lembra que têm asas....
E pensei para mim:
Se eu fosse tão feliz nas minhas contabilidades como este homem é com a música, acho que nunca mais trabalharia.
Este homem é o Hugo.
Acho que está tudo dito

porcelana

Facilmente os meus amigos me partem o coração.
Mas o problema é meu.
Ele é feito de porcelana.
Mas assim como a minha avó reinventava as meias velhas,e as cosia como linhas feitas de amor, assim eu vou colando o meu coração.
Tenho em mim, que na vida, tudo se reconstroi. Tudo se reinventa
Muitas vezes, ficamos tristes, apenas porque só vemos um lado.
Apenas porque não entendemos os motivos dos outros.
E está tudo bem.
O coração pode ser feito de porcelana, mas aguenta.
Estamos aqui

sem demagogia

A Lena d` Água colocou um ❤
no meu comentário ao vídeo "Demagogia"
Já ganhei o dia
Costumo dizer que não sei muito bem para que raio vim eu a este mundo, mas quando alguém me retribui um gesto de afecto eu fico feliz.
E nós conseguimos ser tão imensamente felizes com coisas tão pequenas.
Talvez tenha vindo a este mundo para tentar entender o que é isso de se ser feliz, apenas por querer que todos se sintam bem.
Fazer rir os outros.
Talvez seja isso.
Sou pelo elogio.
Antes parva que má pessoa.

"re"começar

Hoje conheci a Olinda.
A Olinda é uma mulher como tantas mulheres
Emigrou muito nova para a França.
Lá casou.
Nunca teve filhos e o homem culpa-a ainda hoje por não lhe ter dado um herdeiro
Como se a única função de uma mulher fosse a da reprodução.
No fim de decadas a trabalhar de sol a sol, decidiram juntar as poupanças e vir para Portugal.
Abriram uma mercearia numa pequena aldeia do interior e continuaram a sua vida.
Com 48 anos sem o marido saber, ela decidiu tirar a carta de condução.
E gradualmente começou a ser mais independente
Hoje, aos domingos, enquanto o marido manda vir com a vida e passa o dia na sueca e nos copos, ela faz caminhadas.
Durante a semana faz hidroginástica, ginástica e canta num coro.
Enquanto o marido, continua em casa a lamentar-se da pouca sorte que teve, ou a embebedar-se ou a jogar às cartas.
A Olinda tem hoje, 78 anos, tem um casamento de 50 anos, onde sempre foi infeliz e ensinou-me mais uma vez o que é ter esperança.
Ensinou-me que tenhamos nós a idade que o calendário dita, estamos sempre a tempo de recomeçar.

pássaros

Da janela do meu quarto, quando o Sol nasce de mansinho, todos os dias um pequeno melro, sobe a um poste e canta em direção ao prédio aqui da frente.
No sexto andar, existe um passáro engaiolado, que rotineiramente a minha vizinha coloca na varanda.
Tenho em mim que o melro morreu de amores por aquele prisioneiro, e todos os dias lhe faz uma serenata
Na amálgama dos meus pensamentos, tento imaginar o que ele lhe diz.
Imagino que lhe fala de como é a vida para além daquela gaiola.
Como é bom voar ao som do vento.
Sem limite e sem destino.
Imagino que lhe promete que um dia o vai resgatar e terão um ninho só deles, num condominio simpático de humanos bons.
Diz-lhe talvez, que também ele se encontra cativo daquele amor, e que trocaria a sua liberdade por um canto que não fosse triste.
Não sei.
Gosto de o ouvir.
Já se tornou um hábito
Um dia terei saudades dele

bijou

Quando a minha vida parece estar prestes a terminar, uma das coisas que ainda me dá alegria é a música.
Quando era adolescente adormecia ao som do "Oceano Pacífico"
Um dia, lembrei-me de escrever uma carta ao João Chaves, a pedir que passasse uma música.
E um dia, quando estou prestes a adormecer oiço aquela voz "ler-me"
Dizer que aquela carta não parecia escrita por uma miúda.
Passou a minha música
Pequenina, como eu.
"Bijou"
E fiquei feliz.
Adormeci tão feliz.

meu camarada, meu velho, meu pai

Colado ao palacete jardim mesmo em frente à fonte das 3 bicas, na minha cidade, existia um café.
O café (que ainda em resquício do dia da liberdade), onde tomei pela primeira vez o meu primeiro café com o meu camarada, o meu velho, o meu pai.
Pode parecer uma tolice, um gesto sem importância, mas com os meus 15 anos o meu pai estava a permitir-me entrar no mundo dos adultos.
De uma forma gradual e subtil
Um café.
E eu fiquei tão feliz naquele dia, que me lembro de tudo como se tivesse sido hoje,
E hoje, passei lá.
Naquele espaço fisico.
E o café foi demolido.
E mais uma vez pode ser tolice, mas senti que me amputaram parte da minha história,
Vim com calma a pensar no assunto.
A cidade vai mudando a sua história, mas ninguém pode apagar as minhas memórias.
Seja o que for que ali vá nascer, aquele será sempre o meu primeiro café.
Desejei também que não destruissem um dia a casa da minha avó.
Sei que se o fizerem, eu já cá não estarei, e já não terá importância.
As pedras da calçada contam histórias,
E hoje, estou particularmente triste.
Mas passa.
Ninguém destroi as nossas memórias

o medo, o escudo e o sorriso

Noutra vida, conheci um menino muito especial.
A sua sensibilidade, levada a um extremo quase que rídiculo, fazia-o infeliz.
Porque quando verbalizava o que sentia, como via o mundo em tons rosa, quando achava que todos eram seus amigos, porque na verdade, ele era amigo mesmo de quem nem conhecia, riam dele.
Riam dele e não com ele.
E isso a cada dia o tornava mais infeliz.
Dentro do seu mundo da fantasia, onde ninguém o podia magoar mais, encontrou então uma solução perfeita.
Percebeu que ele não conseguia mudar a sua personalidade e que seria incapaz de se diluir no mundo em que vivia
Na sociedade que lhe era imposta.
Tatuou então no rosto um enorme sorriso e inventou uma magia: lágrimas invisíveis.
Desde esse dia, o baluarte estava solidificado.
Ninguém mais o magoaria, porque só viam um enorme sorriso
E sempre que chorava, as lagrimas eram imperceptíveis ao olhar comum
E foi perfeito
Ou seria
Não fosse a tristeza profunda que se foi instalando naquele sitio onde ninguém chegava
Quando deixou de ser humanamente impossivel reprimir a dor, a magia das lagrimas desvaneceu.
E aconteceu o inevitável.
Aquelas lágrimas eram tão fortes que apagaram a tatuagem do seu rosto.
E pela primeira vez o essencial passou a ser visivel aos olhos dos outros.
Que aconteceu depois?
Alguém lhe peguntou se estava bem.
E depois outro. E mais outro.
Ele nunca esteve sozinho na verdade.
Só tinha medo.
Acho que, com o tempo, conseguiu ter sorrisos dele, verdadeiros.
Quero acreditar que teve um final feliz.
Porque não temos que ser perfeitos.
Se formos verdadeiros, o tempo vai ensinar-nos onde pertencemos.

no voo do tempo

Costumo dizer que venho de uma familia de gente "envelhecida"
Isto porque sempre fui eu, durante decádas a mais nova de todos eles.
Sendo o meu pai o mais novo de quatro irmãos, eu sempre fui a mais nova dos netos.
A mais nova dos sobrinhos
A mais nova dos primos
A mais nova dos irmãos.
A menina das alianças imaginem
Isto para vos dizer que a primeira vez que convivi de perto com um bébé, tinha 24 anos e era o meu filho.
A minha experiência foi passar de ser a bébé para cuidar de um.
E estava sozinha nisso
Nunca houve ninguém.
A gente "envelhecida" estaria mais envelhecida, então sempre fui mãe a tempo inteiro e aprendi com o meu filho.
Aprendemos ambos, isto de criar laços
Ter um ser tão frágil e tão dependente de mim, foi a maior responsabilidade da minha vida.
Eu era o mundo do meu filho.
Ele, passou a ser o meu.
Hoje quando olho para o meu engenheiro barbudo, continuo a vê-lo com a responsabilidade da primeira vez que o peguei ao colo e lhe prometi que estaria sempre aqui.
E ele....todos os dias me diz que me adora.
E eu sei que sim, porque ninguém me olha como ele me olha.
Não sou uma mãe perfeita, mas sou uma mãe a tempo inteiro.
Cheia de falhas e de medos.
Mas ninguém me ensinou.
E nem sei porque vos escrevo isto, mas hoje, tive saudades dos tempos em que os meus filhos eram pequeninos.
O tempo voa.
E o amor faz-nos crescer para o fim da estrada com esperança e não com medo.
É isso

este dia, teu

Há precisamente 4 anos, celebrei o último aniversário do meu querido pai.
Não sabia que seria o último.
Nunca sabemos na verdade, quando estamos a beijar ou a abraçar alguém pela última vez.
Se eu soubesse?
Se eu soubesse teria esquecido por uns meses os meus problemas e aproveitaria cada segundo.
Ainda me contou onde me fez.
As suas aventuras além mar
Porque tinha ele tantos mas tantos amigos
Ensinou-me que a palavra camarada não tem que ter uma conotação política depreciativa
Camarada, é estar sempre aqui.
Para vos ajudar
E colocar os meus problemas de lado por aqueles que amo
Amo-te pai.
Amar-te-ei sempre
E tenho pena de não o ter verbalizado
Hoje, será sempre o teu dia

e continua tudo bem

Ontem li um texto muito muito interessante sobre como a nossa liberdade de expressão está a ser cada vez mais castrada, sem que nem nos apercebamos disso.
Mas todos sabemos que não é só a liberdade de expressão que nos querem castrar.
Não é só todo um novo dicionário de novas palavras e de palavras banidas que estão a criar.
Todos os dias somos castrados da liberdade de pensarmos pela nossa cabeça.
Posto isto, tenho muita dificuldade em entender quem papa tudo o que é dito, e digere sem assimilar ou perceber, porque é assim que a nova sociedade o dita.
Chamem-me nomes.
Chamem-me anti feminista, racista, velha, antiquada.
Podem inventar também palavras para mim
Está tudo bem
Só não me obriguem a comer e a calar.
Isso não é para mim.
Vou continuar a gostar de filmes antigos, a ler livros antigos e acima de tudo a não fingir que a humanidade existe e tem história.
Não confudam igualdade com reprimir.
Isso não é igualdade. É impor
Eu não vos imponho nada.
E continua tudo bem.