fairytales

 

Faz agora dois meses, para completar um ano, desde que morreste em mim.

Peixoto teria escrito “morreste-me”.

Essa seria a existir a perfeição da expressão exacta, neste abstracto em que vivo.

Amálgama de fragmentos de tanta coisa que ficou por dizer. Para te contar. Como se o quisesses saber. Como se importante fosse.

Mas....morreste-me....os motivos são só teus.

A fase de os esmiuçar e quiçá entender , desvaneceu e perdeu a intensidade, há medida que a mágoa foi fortalecendo.

Há medida real do tempo que medeia entre a tempestade e o que resta de paz quando o Sol espreita e conseguimos, finalmente olhar para o horizonte e perceber os estragos que ela deixou.

A paz... que um dia irei encontrar.

Que almejo.

Mas o tempo ensina que depende de nós.

Sempre assim foi meu amor. Não há D. Quixote.

Meu e Amor.

Nunca foste meu....e o Amor...o Amor não passa de um verbo que pode ser mal conjugado quando temos a pretensão de usar pronomes possessivos como meu e teu.

Amor transcende as meras palavras. Foi apenas uma má invenção que alguém terá inventado, com o fim maior de explicar o inexplicável e se banalizou.

Todas as vezes que hoje sinto uma necessidade premente de te ligar, de dizer a falta que tens feito, todos os dias que ecoam em mim as tuas promessas de ficar enquanto houvesse vida......morreste-me....

Porque te inventei. Porque te dei vida. Porque fiz de ti o meu melhor amigo.

Imaginário....como é apanágio de um bom conto de fadas.

E assim me quero lembrar de ti, em mim.

Porque o que ficou, após o “morreste-me” sempre valeu pouco.

Aventurados os que tornam o feio em algo de poético e ainda conseguem sonhar com contos de fadas.

 

Sem comentários:

Enviar um comentário