reflex(ã)o


Quando olham para os menino(a)s que foram um dia, conseguem ainda reconhecer que está ai, no reflexo do espelho?
E na alma?
Engraçado como mantenho em mim, memórias de tempos que parecem tão perto, e são tão longínquos.
Como que se o fim da minha vida e o inicio comecem a convergir.
A tocarem-se na essência de quem sou.
E a cada ruga, a cada cabelo branco, começo a sentir uma enorme ternura pela mulher que me fui tornando.
Se mudaria alguma coisa no meu percurso?
Provavelmente mudaria tudo, todas as vezes que me fosse permitido um universo paralelo, e não obstante, seria a mesma, aqui e agora.
Gostarmos de nós, da nossa companhia, percebermos que esse é o primeiro passo, é um processo tantas vezes doloroso.
A nossa consciência e o nosso coração.
Que luta que tem sido.
A minha consciência sempre foi rainha.
O meu coração um simples plebeu.
Quem me mandou a mim, ser eu?

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