fechar a porta

O meu pai dizia-me com alguma regularidade que eu era ingénua, ao permitir que "toda a gente" entrasse na minha vida, como se fossemos amigos de longa data.
Um dia eu expliquei-lhe que entendia.
Que no fundo entendo a maioria das pessoas.
Porque o dito normal, é desconfiar.
É ser cauteloso
E por vezes demoram anos, até que se possa dizer que conhecemos alguém de verdade.
Bem, na minha vida, já tive amigos de longa data que me trairam.
Assim como tenho amigos que em meses me ajudaram mais que muitos numa vida inteira.
É tudo tão relativo, não é?
Sigo a minha intuição.
E sim, parto do príncipio que quem me procura, não me quer mal.
Se partisse de outro principio seria uma canseira.
Aqui, nas redes sociais, permito que entrem.
Não permito é que ninguém venha a "minha casa" ser grosseiro ou mal educado.
Até permito os silenciosos, aqueles que me criticam mas em silêncio.
Não me incomodo, afinal têm que se entreter com alguma coisa.
Aqui todos temos o direito de escrever o que bem nos apetecer
Parvoice é permitida
Faltas de respeito, não.
É simples.
Assim como abro a porta, também a sei fechar.
Acho que o meu pai me entendeu.
Respirou fundo e disse:
"No fundo, eu também sempre fui assim, camarada"
Lembro bem esse dia.
E sinto a falta de ao seu jeito me dizer:
"Não faças aquilo que eu fiz, mas sei que o farás."
Noite serena

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