triste

 

Hoje queria ter sido forte. Forte o bastante para segurar as lágrimas que me corriam pela face. Gostava de ter tido a capacidade de olhar-te nos olhos e fingir que era feliz. Sorrir-te apenas. Mas tu conheces-me. Contigo não sei ser quem não sou não é? Há momentos nas nossas vidas que apenas não conseguimos mais segurar a máscara da fortaleza, e as fragilidades caem em camadas como pássaros em cativeiro, agora num céu aberto e infinito. Tento entender o que se passa. Entender-me. O que sinto. E hoje, hoje só consigo dizer-te que estou triste. Como quando chega o outono, num prenúncio de inverno anunciado. Perdi em mim uma série de sonhos que havíamos conquistado, e hoje nem me apetece acordar, na vã esperança de resgatar esses sonhos enquanto durmo. Perdi a vontade de cantar, como outrora, sem motivo, ou pelo motivo maior de estar feliz. Como quem se esquece das letras e não conhece mais as músicas. E a poesia amor, a poesia que te dedicava, secou, como tinta ressequida com o calor do sol. Não consigo mais escrever. Perdi a poesia que vivia em mim. Hoje queria ter sido forte. E dizer-te apenas que te amo e não desisto.

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