Ando um bocado revoltada
E sei. Já não tenho idade para manter expectativas e fasquias altas em
relação à maioria da humanidade.
Afinal de contas, a estatística é uma ciência exacta, por muito que não o
pareça.
É baseada na matemática não é?
E não obstante conhecer tão bem a teoria, e a balança dos deves e dos
haveres, continuo a manter a fasquia onde acho que a devo manter:
Na linha da retidão de uns para com os outros.
E até acho que nem espero muito.
Fui conhecendo tanta gente.
Na verdade, conheço tanta gente
Poucas figuras principais da minha vida, mas tantos figurantes.
E entre os que passam e os que ficam, é nessa linha que prendo hoje o meu
pensamento.
Conheci tanta gente prepotente.
Que do alto da sua boa aparência física e/ou financeira, olham o mundo com
a sobranceria de quem se acha superior, melhor, e a rainha má que
constantemente questiona o espelho, se há alguém mais bonito do que eu.
E há.
Como alguém se pode julgar bonito a humilhar os outros?
A ser mau apenas porque sim. Porque se acha melhor
E é exactamente isso que me revolta.
Quando ainda se questionam que mal me fizeram a mim
A mim?
Nenhum
Fazem todos os dias mal a cada um dos outros.
E quando se olham ao espelho, só conseguem ver refletida uma enorme
mentira.
A mentira da beleza ilusória.
E posto isto:
Como eu gosto de pessoas feias.
Feias mas genuinamente belas.
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